terça-feira, 3 de dezembro de 2013


Oração à Santa Catarina.

Dia: 29 de Abril.

Ó notável maravilha da Igreja, serva virgem, que por causa de suas extraordinárias virtudes e pelo que conseguistes para a Igreja e a Sociedade fostes aclamada e abençoada por todos.

Vire teu bondoso olhar para mim, que confiante na tua poderosa proteção pede com todo o ardor da afeição e suplica a ti que obtenha pelas tias preces o favor que ardentemente desejo (dizer aqui a graça desejada).

Com tua imensa caridade recebestes de Deus os mais estupendos milagres e tornou-se a alegria e a esperança de todos nós que oramos a ti e rogamos ao teu coração tu recebestes do Divino Redentor.

Serva e virgem, demonstre de novo o seu poder e da sua caridade e o seu nome será novamente exaltado e abençoado e consiga para nós, a graça suplicada com a eficácia de sua intercessão junto a Jesus e ainda a graça especial de que um dia estejamos juntos no Paraíso em eterna alegria e felicidade. Amém.

Pai Nosso... Ave Maria... Glória ao Pai... Santa Catarina de Sena, rogai por nós!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Santa Catarina de Sena (Sec. XVIII) - Igreja São Domingo de Gusmão - 1731


ORAÇÃO DE SANTA CATARINA DE SENA AO ESPÍRITO SANTO 

Espírito Santo,
vem ao meu coração,
e pela tua potência traz contigo,
Deus, e dá-me caridade com temor.
Guarda-me, Cristo,
de todo mal pensamento;
Aquece-me e inflama-me
do teu santíssimo amor,
para que cada pena
pareça-me leve.
Meu Santo Pai e
meu doce Senhor,
ajuda-me agora
em cada uma de minhas necessidades.
Cristo amor. Cristo amor.
Amém.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Anjo da guarda

Anjo do Guarda

Santo Anjo do Senhor, 
meu zeloso guardador,
 se a ti me confiou a piedade divina, 
sempre me rege, guarda, governa, ilumina. 
Amém

São Gabriel (festa: 29 de setembro)


Oração  São Gabriel Arcanjo

O poderoso Arcanjo São Gabriel, a Vossa aparição a Virgem de Nazaré trouxe luz ao mundo que estava mergulhado nas trevas. Assim falastes a Santíssima Virgem: ."Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco... 
o Filho que de ti nascer será chamado Filho do Altíssimo".

São Gabriel, intercedei por nós junto A Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, o Salvador. Afastai do mundo as trevas da descrença e da idolatria. Fazei brilhar a luz da fé em todos os corações. Ajudai a juventude a imitar Nossa Senhora nas virtudes da pureza e da humildade. Dai força a todos os homens contra os vícios e o pecado.

São Gabriel, que a luz da Vossa mensagem anunciadora da Redenção do gênero humano ilumine o meu caminho e oriente toda a humanidade rumo ao céu.São Gabriel, rogai por nós. 
Amém.

Frases de Santa Catarina de Sena


Frases de Santa Catarina de Sena


Frases de Santa Catarina de Sena


Frases de Santa Catarina de Sena


Oração a São Miguel Arcanjo



Oração a São Miguel Arcanjo

Pequeno Exorcismo feito pelo Papa São Leão XIII
(que deve ser rezado diariamente)

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate,
 sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio.
Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste,
pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas.
Amém.

Frases de Santa Catarina de Sena


terça-feira, 19 de março de 2013

terça-feira, 12 de março de 2013

"... Todos os pecados nascem do egoísmo; o mais grave é o orgulho, que destrói a caridade. O orgulho conduz ainda a pessoa à impureza e à ganância. São esses os três laços que ligam os ministros maus ao demônio."

O Diálogo Palavras do Pai Eterno ditadas pela santa no momento mesmo dos êxtases.


O Diálogo  
Palavras do Pai Eterno ditadas pela santa no momento mesmo dos êxtases.

"Volto a falar novamente dos clérigos e ministros da Igreja. Quero lamentar-me contigo sobre outros defeitos, dos quais ainda não falei. São aqueles vícios, que uma vez te mostrei na figura de colunas: a impureza, o orgulho e a ganância. Com eles, vendem até a graça do Espírito Santo! São vícios interdependentes e têm uma base comum, o egoísmo. Tais colunas, enquanto permanecem de pé, sem serem derrubadas pelas virtudes, tornam a pessoa   obstinada  nos  demais pecados.
 
Como disse antes, todos os pecados nascem do egoísmo; o mais grave é o orgulho, que destrói a caridade. O orgulho conduz ainda a pessoa à impureza e à ganância. São esses os três laços que ligam os ministros maus ao demônio."

terça-feira, 5 de março de 2013


‎"Devemos suportar tudo, porque o sofrimento é
 pequeno e a recompensa é grande."
- Santa Catarina de Sena

segunda-feira, 4 de março de 2013

Oração



Oração

Oh inestimável Amor! 
Tu nos iluminas com a tua sabedoria para que nos possamos conhecer a nós mesmos, 
conhecer a tua verdade e os enganos sutis do demônio.

Com o fogo do teu amor acendes os nossos corações com o desejo de te amar e de te 
seguir na verdade.  

Só tu és o Amor, somente digno de ser amado! 
(de Santa Catarina de Sena)

(carta n.165 a Bartolomea, esposa de Salviato da Lucca)

Das “Cartas” de Santa Catarina de Sena (1347-1380) (carta n.165 a Bartolomea, esposa de Salviato da Lucca)

Abraça Jesus crucificado, amante e amado
"Querida irmã em Jesus. Eu, Catarina, serva dos servos de Jesus, escrevo-te no seu precioso sangue, desejosa que te alimentes do amor de Deus e que dele te nutras, como do seio de uma doce mãe. Ninguém, de facto, pode viver sem este leite!
Quem possui o amor de Deus, nele encontra tanta alegria que cada amargura se transforma em doçura e cada grande peso se torna leve. E isto não nos deve surpreender porque, vivendo na caridade, vive-se em Deus:
“Deus é amor; quem permanece no amor habita em Deus e Deus habita nele”.
Vivendo em Deus, por conseguinte, não se pode ter amargura alguma porque Deus é delícia, doçura e alegria infinita!
É esta a razão pela qual os amigos de Deus são sempre felizes! Mesmo se doentes, necessitados, aflitos, atribulados, perseguidos, nós estamos alegres.
Mesmo quando todas as línguas caluniosas nos metessem em má luz, não nos preocuparemos, mas nos alegraremos com tudo porque vivemos em Deus, nosso repouso, e saboreamos o leite do seu amor. Como a criança suga o leite do seio da mãe assim nós, inamorados de Deus, atingimos o amor de Jesus Crucificado, seguindo sempre as suas pegadas e caminhando com ele pelo caminho das humilhações, das penas e das injúrias.
Não procuramos a alegria se não em Jesus e fugimos de toda a glória que não seja aquela da cruz.
Abraça, portanto, Jesus Crucificado elevando a ele o olhar do teu desejo! Toma em consideração o seu amor ardente por ti, que levou Jesus a derramar sangue de todas as partes do seu corpo!  
Abraça Jesus Crucificado, amante e amado e nele encontrarás a verdadeira vida, porque ele é Deus que se fez homem. Que o teu coração e a tua alma ardam pelo fogo do amor do qual foi coberto Jesus cravado na cruz!
Tu deves, portanto, tornar-te amor, olhando para o amor de Deus, que tanto te amou, não porque te devesse obrigação alguma, mas por um puro dom, impelido somente pelo seu inefável amor.
Não terás outro desejo para além daquele de seguir Jesus! E, como que inebriada do Amor, não farás caso se te encontras só ou acompanhada: não te preocuparás com tantas coisas mas somente de encontrar Jesus e segui-lo!
Corre, Bartolomea, e não estejas a dormir, porque o tempo corre e não espera nem um momento!
Permanece no doce amor de Deus.
Doce Jesus, amor Jesus."

Das “Cartas” de Santa Catarina de Sena (1347-1380) (carta n.165 a Bartolomea, esposa de Salviato da Lucca)


Aos 7 anos de idade Catarina consagrou a sua virgindade a Cristo e aos 15 ingressou na
Ordem Terceira de São Domingos. Catarina encarou a sua clausura com seriedade e
 vivia encerrada no seu próprio quarto, onde, por intermédio da oração e diálogo afirmava que estava sempre com e em Cristo. Catarina abandonou a sua cela somente em 1374, quando a peste se alastrou por toda a Europa e ela decidiu cuidar dos enfermos e abandonados, tendo praticado grandes actos de caridade.
Nesse mesmo ano (1374), recebeu uma visão e ficou estigmatizada.
Na visão Cristo lhe disse de d’ora em diante ela trabalharia pela paz, e mostraria a todos que uma mulher fraca pode envergonhar o orgulho dos fortes.
 
Oração das mães
Humilde virgem e Doutora da Igreja, nos seus 33 anos atingiste a perfeição e tornastes conselheira de Papas. Tu conheces as tentações da mães de hoje e os perigos que aguardam as crianças ainda ao nascer . .Interceda para mim de modo a evitar todos os males ao meu filhinho e em especial o aborto natural e que o meu filhinho venha a nascer bem e a se tornar um verdadeiro filho de Deus.

Peça também para todas as mães de modo que não caiam na tentação do aborto, mas sim consigam trazer nova vida a mundo para louva-la. Amém.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013



Conselhos Espirituais

Para Aléssia Saracini e outras discípulas

Saudação e objetivos
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssima filha(1), eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de vos ver como seguidoras e amantes da verdade.
União com a Trindade
Assim eu vos verei como o apetite sensível dominado e a inteligência iluminada pela fé, de modo que, tendo renunciado à própria vontade, possais dizer de verdade com o apóstolo Paulo: “Meu senhor, que queres que eu faça? Dizei-me o que desejais que eu faça, e eu o farei” (At 9,6). Caríssima filhas, se realizardes isso como resposta ao nosso Criador, eu vos prometo que subireis com Paulo ao terceiro céu até ao seio da Trindade( 2Cor 12,2). Vossa memória se encherá da lembrança dos benefícios divinos, participando do poder de Deus Pai que vos tornará fortes e pacientes diante das perseguições do mundo, que com paciência vós dominareis. Vossa inteligência, ao contemplar a sabedoria do Filho de Deus, por ela será iluminada. Vossa vontade, unida pelo Espírito Santo no abismo do amor divino, receberá um suave e amoroso desejo de glorificar a Deus e de salvar as almas. Suavemente elevadas ao seio da Trindade, participando do poder de Deus Pai, da sabedoria do Filho e da clemência do Espírito Santo, sentidamente chorareis sobre a humanidade pecadora e sobre o corpo místico da Igreja junto comigo, vossa superpecadora e maldosa mãe.
Oração pela Igreja
Tende compaixão das minhas imperfeições, caríssimas filhas, porque sou a causa de todos os males do mundo inteiro, especialmente da perseguição que se faz à santa Igreja. Que Deus providencie diante de tantos males. Estou segura, e isto me conforta, de que sua providência não faltará. E parece-me que já começa a agir. Mas vos peço e ordeno, caríssimas filhas, que vos laveis e vos afogueis no sangue do Cordeiro imaculado, oferecendo diante dele humildes e continuas orações.
Exortação e conclusão
Nada mais acrescento , a não ser que Deus vos conceda sua eterna benção. E eu da parte dele vos abençôo. Amai-vos, amai-vos mutuamente. A ti, Aléssia, minha querida filha, eu peço que te inebries no sangue junto com as outras filhas. Alimenta-te somente do sangue de Cristo. Peço a Deus, verdade e bondade eterna, que sua graça seja abundante em ti e nas demais. Que eu veja inteiramente eliminada de tia a vontade pessoal, de modo que eu possa gloriar-me de ti e das outras filhas diante de Deus, agradecendo e louvando seu santo nome. Permanecei no santo amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor.
(1) (1)Aléssia Saracine enviuvou bastante jovem. Distribuiu entre os pobres os seus bens e vestiu o hábito da ordem da penitência de são Domingos. Foi a discípula predileta de Santa Catarina de Sena
Ca    Cartas Completas – Editora Paulus

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

“Se você não puder alimentar cem pessoas, alimente pelo menos uma.” 
[Madre Teresa de Calcutá]

"Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir” 
[São Tomás de Aquino]

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

(carta 197) As tentações do diabo, do mundo e da carne


(carta 197) As tentações do diabo, do mundo e da carne

Para Mateus de Orvieto
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo irmão e filho no doce Cristo Jesus, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de vos ver como pedra firme, e não como folha levada por todos os ventos.
Três perigosas dificuldades
Porque a pessoa que não está alicerçada na rocha viva, que é Jesus Cristo – pondo o seu desejo somente em Deus e não nas realidades transitórias do mundo que passam como o vento – desanima por estar privada da graça divina. A graça conserva a alma, concede-lhe a vida e perfeita iluminação nas trevas, grande paciência, temor de Deus, humildade e amor fraterno pelo próximo. Essa pessoa não se impacienta sob o impacto das tribulações, nem falsamente sente-se feliz ao sopro das consolações espirituais, nem inflada de orgulho por causa da riqueza e da fumaça das honrarias humanas.
Nada disso lhe acontece, porque é firme. Seu alicerce é Cristo crucificado. A pessoa nem se preocupa com o sopro das três ventanias principais, causadas pelo diabo, pelo mundo e pela carne.
As tentações do diabo
Em primeiro lugar, do diabo procede a ventania de numerosas imaginações e tentações. A tentação de vaidade torna o coração leviano, imaturo, com forte desejo de alcançar altas posições no mundo; e que às vezes se apresenta em coloração de virtude. Essa é a pior ventania que se conhece. Somente a pessoa humilde não se deixa enganar por ela. A coloração de virtude, dada pelo diabo, é esta: a pessoa é maldosa e desprovida de virtude, mas tem um começo de desejo das coisas de Deus e dá algum sinal de virtude. Mas é ainda imperfeita, sem conhecimento de si e põe-se a investigar sobre a vida alheia, tanto material como espiritualmente. Então o diabo sugere um julgamento falso. A pessoa começa a julgar maldosamente o próximo, os servos de Deus e os amigos do mundo. E nem percebe o que o faz. Por que não percebe? Porque o diabo disfarçou o seu julgamento com o manto da virtude e a pessoa acha que faz o bem. Parece-lhe obter um duplo efeito, muitas vezes, como de estar fazendo um ato de culto a Deus. Mas engana-se porque age por orgulho. Se ela fosse humilde e se baseasse num conhecimento verdadeiro de si mesma, envergonhar-se-ia de emitir tais julgamentos; compreenderia que impõe regras a Deus. De fato, é o que faz ao criticar os servidores de Deus, ao querer orientar as pessoas segundo suas idéias e não como Deus as chama.
É por isso que a pessoa alicerçada na rocha viva, que é Cristo, oporá resistência a tais atitudes e, com muita humildade, procurará alegrar-se e glorificar a Deus pelos costumes e comportamentos dos seus servos; e, ao mesmo tempo, pedirá à misericórdia divina que olhe com piedade para aquelas pessoas, tirando-as do pecado e reconduzindo-as à virtude. Dessa maneira a pessoa tira uma rosa do espinheiro, conserva pura sua alma, sem dar asas à imaginação e enchendo à memória de fantasias sobre coisas espirituais e materiais. Isso fazem pessoas loucas, tolas e presunçosas que nada viram e investigam comportamentos alheios, de como fazer o bem. Essas se deixam levar pela ventania do diabo, tão perigosa. Ó boca maldita, como envenenaste com teu mau hálito o mundo, as pessoas do mundo e de fora dele, como ficou dito antes. Após julgar mal dentro de si mesma, tal pessoa, vazia põe-se a criticar, escandalizada com as coisas de Deus e do próximo. Uma pessoa assim deve ser evitada com santa prudência.
As tentações do mundo
Outra perigosa e perversa ventania é a do mundo. Consiste no egoísmo desordenado da pessoa complacente consigo mesma e que procura consolações e prazeres. Com o pensamento, ela esconde as trevas, a miséria e a transitoriedade do mundo, imaginando-o belo e agradável. Desse modo engana-se, imaginando que a vida é longa, quando na realidade é breve. Os prazeres, as consolações e a riqueza são vistos como coisas definitivas, e no entanto são mutáveis. Tudo nos é dado como empréstimo, para uso nas necessidades. Uma coisa é certa! Ou tais realidades são tomadas do homem, ou o homem é tomado delas. São retiradas de nós quando às vezes as perdemos, quando alguém no-la rouba ou por outros acontecimentos que as destroem e elas cessam. Digo que nós somos retirados dessas coisas, quando Deus nos chama, separando a alma do corpo. Então deixamos o mundo com seus encantos. E tal separação, nenhuma riqueza e nenhum poder conseguem evitar.
Dessa maneira a alma fraca e cega, que não elevou eu olhar acima da terra, como uma folha vai seguindo a ventania do próprio desordenado amor egoísta por si e pelo mundo. Da sua maldita boca saem, então palavras de inveja contra o próximo e murmuração, com elevada reputação de si. Muitas vezes com ódio e rancor contra o próximo. Muitas vezes, a pessoa se apossa de coisas alheias, com juramentos, perjúrios e falsos testemunho. Chega-se até a desejar a morte do próximo. Tendo o dever de amar todo mundo, a pessoa se transforma num devorador da carne e dos bens do próximo. Inteiramente volátil, poucas vezes completa um ato de virtude começado. A vida foi montada sobre a areia, onde edifício algum pode ser construído, sem logo cair por terra. Tal pessoa não possui a graça divina, perdeu a luz da razão. Caminha como animal, não como ser racional.
Por conveniência e necessidade, precisamos estar alicerçados na rocha viva. As pessoas que nela põem seu pensamento e seu amor não podem ser abaladas nem se deixam abalar por essa ventania maldosa do mundo. Tais pessoas até lhe opõem resistência e se defendem, desprezando o mundo com sua vaidade e seus prazeres. Elas eliminam o orgulho  com grande humildade e desejam a pobreza voluntária. E quem possui riqueza e alta posição social, conserva-as, mas  com amor e santo temor, como despenseiro de Cristo, socorrendo os pobres, ajudando os servidores de Deus, respeitando-os, compreendendo que eles se dedicam à oração com anseios, suores e lágrimas diante de Deus, a favor de todos. Estes vivem felizes sempre e em todas as situações, uma vez que se libertaram da desordem da vontade e do egoismo. Sendo tão importante esse alicerce na rocha, não se deve esperar para consegui-lo, pois desconhecemos o futuro.
As tentações da Carne
A terceira ventania consiste na tentação da carne. Ela espalha um mau cheiro intolerável, não apenas para Deus, mas também para os demônios, tornando a pessoa bestial. Torna-se como os animais, sem vergonha. Como o porco, a pessoa revolve-se na lama, na lama da desonestidade. Em qualquer estado de vida esteja, arruina-se. Se é casada, envenena o amor matrimonial. O que deve fazer com temor de Deus, ela o faz com amor desordenado e pouco honesto. Essas miseráveis pessoas não pensam na grande dignidade a que chegou a própria carne humana na união com Deus em Cristo. Se refletissem, prefeririam morrer e não se entregarem a tão grande baixeza. Sabes a que ponto chega esse mau hálito, que envenena todos os que de tal pessoa se aproximam? O coração da pessoa se torna suspeito, a língua murmura e blasfema, achando que existe nos outros a mesma coisa que existe nela. A pessoa assemelha-se a um doente, que estragou o próprio estômago. Ela acha ruim, como algo estragado, não somente o alimento normal, mas também aquele que o médico lhe prescreveu. E maravilha-se de que uma pessoa sadia, que come seu alimento, não sinta o mesmo sabor que ela sente. Assim os pecadores, que se entregam ao prazer da carne, arruinam a própria sensibilidade e a da comunidade dos que vivem no mesmo vício, e ficam escandalizados relativamente aos justos. Escandalizam-se até do próprio matrimônio, que Deus lhes deu como condescendência à sua frágil enfermidade, a própria esposa. Tendo um coração desordenado, até o amor da esposa lhe faz mal. Ciúmes e suspeitas fazem tais pessoas julgar má uma pessoa reta, e passam a odiar e desprezar o que deveria ser um justo amor. Em tal pessoa há um modo de ver. É seu olho que está doente. Não fosse assim, julgaria de outro modo. Oh! Quantos defeitos e inconvenientes procedem dessa ventania da carne! É algo que corrói por dentro. Como o mau hálito sai da boca, assim a pessoa julga mal a própria esposa. Disso deriva um outro defeito: se por inspiração divina ocorre à pessoa um bom desejo de corrigir-se e de viver bem o matrimônio, o verme da suspeita já penetrou no seu corpo e apaga o perfume da virtude, e sua podridão renasce. O que antes agradava à pessoa, passa a desagradar-lhe. Não tem constância, nem perseverança na virtude. A pessoa volta atrás, não examina o próprio erro e a própria doença (espiritual). E tudo isso sucede porque falta ao pecador  o alicerce na rocha viva ao ser atingido e forçado pela ventania da carne. É preciso que a pessoa se livre do apodrecido alicerce da impureza, fundamentando-se na rocha viva, Cristo. Então, a ventania da carne não a prejudicará. Ao contrário, poderá resistir com a virtude da continência e da pureza, disciplinando a vontade mediante a razão e o desejo santo, dizendo a si mesma: “Envergonha-te minha alma, por enfeares o teu rosto e corromperes teu corpo na impureza. Foste feita à imagem e semelhança de Deus. E tu, carne, foste elevada a uma altíssima dignidade na uniã da natureza divina com a humana (em Cristo) e foste elevada acima de todos os coros dos anjos”. Então a pessoa sentirá o perfume da virtude e o desejo de remediar com a vigília de oração e o conhecimento de si mesma. Ninguém se oponha ao conhecimento de si mesmo, mergulhando a mente em fortes imaginações e movimentos fisicos que ocorreram. O conhecimento de si será uma água que apagará a chma dos movimentos impuros. Que a pessoa não tenha medo de pegar a cruz, nela apoiar-se e navegar com os meios acenados antes, fundamentando-os na rocha viva, com firmeza e perseverança até a morte. Todos percebem que a perseverança é a que obtém a coroa.
Exortação e conclusão
Caríssimo irmão e filho, quero que vos liberteis da falta de perseverança e comeceis a entrar em vós mesmo. Conforme se vê diante de Deus, parece-me que desde algum tempo não pensais em vós mesmos. Tudo isso acontece porque o alicerce não foi bem construído nem fundamentado na rocha viva. Não por outro motivo acontece que os servos de Deus não perseveram; é a falta de perfeitos fundamentos. Como são fracos, desprovidos da virtude da fortaleza e sem a proteção da prática da virtude, ao serem atingidos pelas fortíssimas ventanias do diabo, do mundo e da carne, caem. Por isso, pensando nos remédios para vossas quedas, na necessidade que tendes de tomá-los e de refazer com grande humildade e desapego de vós mesmo o fundamento (da vida espiritual), afirmei que estava desejosa de vos ver como pedra firme, alicerçada na rocha viva que é Jesus Cristo, e não assentada na areia. Espero, na infinita bondade divina, que aceiteis com humildade a procura do conhecimento de vós mesmo e que cumprais a vontade divina e o meu desejo: que recupereis a vida da graça, vos livreis das trevas e tenhais a perfeita iluminação.
Nada mais acrescento. Permanecei no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

http://www.facebook.com/catarina.desena.5


"Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigênito para que todo aquele que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
João 3:16 - Bíblica


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

(carta 83 ) A fé na vida do Cristão



(carta 83 ) A fé na vida do Cristão


Carta de Santa Catarina de Sena para o carcereiro Conte

Saudações e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo filho(1) no doce Cristo Jesus, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, te escrevo no seu precioso sangue, desejosa de te ver iluminada pela fé, que nos mostra o caminho verdadeiro.
Fé, amor e humildade andam juntas
Sem a iluminação da fé, nenhuma prática religiosa, desejo ou atividade produziriam frutos e nós, levando-nos à perfeição ou fazendo-nos avançar na caminhada que iniciamos, em busca de um determinado fim. Tudo seria imperfeito e vagarosamente progrediríamos no amor a Deus e ao próximo. A razão é esta: a fé corresponde ao amor e o amor corresponde a fé. Quem ama é fiel à pessoa amada, e preta-lhe serviços até à morte. Filho caríssimo, a iluminação da fé conduz a pessoa à salvação, afasta-a da lama do pecado, liberta-a das trevas do egoísmo. Com a iluminação da fé, a alma sabe o que é agradável a Deus e o que é pernicioso à própria santificação. A fé viva faz a alma saber que toda culpa é castigada e que toda virtude é premiada. Assim a pessoa pratica o bem, evita o mal e com muito esforço persevera até a morte. O demônio, as pessoas, a fraqueza da carne nunca conseguem fazê-la retroceder, justamente por causa da luz da fé presente na alma. Para que a alma atinja a perfeição, ocorrem muitos exercícios espirituais, um desejo apaixonado e profunda humildade. Esta última adquire-se na cela do autoconhecimento mediante uma oração contínua, humilde e fiel, em meio a muitas contrariedades causadas pelo demônio, pelas pessoas, pela própria perversa vontade e pela fraqueza da carne, que sempre luta contra o espírito. Mas a tudo isso a alma resiste com a iluminação da fé: crê qualquer que seja a maneira pela qual Deus os permita. A pessoa já não escolhe tempos, lugares e fadigas em conformidade com o próprio gosto, mas segundo a vontade divina, que apenas deseja a nossa santificação.
A fé perfeita purifica a alma no sangue de Cristo
Mas por que permite Deus tantas dificuldades? Permite para experimentar a virtude, fazer-nos reconhecer nossa imperfeição, termos consciência dos auxílios que ele nos concede nas tentações e dificuldades, experimentarmos a chama do seu amor, presente em nossa vontade durante as lutas e tentações. Tal conhecimento elimina a imperfeição da fé na alma. Após longa caminhada, a fé da alma torna-se perfeitíssima.
Essa iluminação perfeitíssima afasta da mente humana todo escrúpulo. Tanto na hora das tentações, quanto no caso de cair em pecado grave, qualquer que seja. É que na luz da fé, a alma se apoia na clemência, na chama ardente e no abismo da caridade divina. A pessoa estende os braços da sua esperança e com ele agarra-se fortemente aos méritos do sangue de Cristo, no amoroso fogo divino. Apoiada numa contrição perfeita, a pessoa se humilha diante de Deus e diante do próximo por amor a Deus, considerando-se o mais vil dos seres. Desse modo, pela contrição e a esperança, o sangue de Jesus apaga a culpa da alma. como se vê, foi a luz da fé que inseriu na alma o sangue de Cristo e a fez atingir grande perfeição, grande amor na chama divina. Com o bom Gregório(2), a alma pode dizer. “Ó feliz e bem aventurada culpa, que nos mereceu tão grande Redentor”!
E a culpa de Adão, foi feliz? Em si, não! Mas foi feliz no seu efeito, quando Deus Pai revestiu seu Filho da nossa natureza e lhe impôs a grande obediência, com que ele restituiu a graça aos homens. Qual jovem apaixonado, Cristo correu (em direção à cruz) a fim de pagar o resgate com seu sangue. A mesma coisa eu digo da alma. Não é feliz o seu pecado, mas sim o fruto que colhe no amor-caridade, mediante a grande e perfeita purificação nela operada na luz da fé, como expliquei antes.
A fé nos leva ao amor pelo próximo
Ainda, a fé faz crescer na alma o conhecimento (de Deus) e a humildade. Com alegria, a pessoa obedece aos mandamentos divinos. Com ódio (ao vicio) e ao amor (à virtude), ela se impõe o jugo da obediência, E logo, apaixonada, corre a dar a própria vida, se for necessário, para a salvação das almas. Na luz da fé a alma vê-se incapacitada de retribuir a Deus os favores dele recebidos. Entende que pode amar a Deus, mas sem lhe ser de utilidade. Deus não precisa de nós. Percebe, porém , a alma que pode ser de utilidade ao próximo, revelamos o amor que temos por Deus. É com tal ação que a pessoa revela-se a virtude está presente ou não na sua alma. Assim, apressa-se em obedecer e configurar sua vontade à vontade divina por meio do próximo. Sem nunca desistir disso, por qualquer motivo, até a morte.
A fé nos abre as portas do céu
Com a iluminação da fé, a pessoa recebe a garantia da vida eterna e se nutre de amor na chaga do peito de Cristo crucificado, divertindo-se em furtar as virtudes, a vida e a maturidade, que os eleitos do céu possuíam quando peregrinos na terra. A fé nos fornece, no sangue de Cristo, a chave parar abrirmos as portas da vida eterna. A fé leva a pessoa a confiar, não em si mesma, e sim no Criador. Está livre do vento do orgulho e da presunção pessoal. A presunção, o orgulho, a impureza e toda outra miséria espiritual procedem da falta de fé em Deus.
A presunção pessoal é um verme oculto nas raízes da alma. Se não for eliminado com muito empenho e humildade, corrói a árvore humana e a derruba. Muitas vezes a pessoa é tão ignorante em seu egoísmo, que nem percebe sua presença. Então Deus permite numerosas dificuldades e perseguições, de maneira que a árvore pessoal se contorça e até caia. Deus não quer o pecado, mas deixa a pessoa na liberdade de pecar, a fim de que entre em si mesma e, humilhada, ataque o verme da presunção e o elimine. Uma pessoa assim terá motivo para alegra-se, ao tomar consciência de algo que desconhecia em si mesma? Certamente!
Filho caríssimo! Sempre e em todas as situações, a pessoa santa ou pecadora, em estado de pecado ou de graça, precisa da iluminação da fé. Como são numerosos os inconvenientes de alguém não ter a luz da fé. Não o explico, porque seria muito longo. Seja suficiente o que ficou dito. De outro lado, como é útil e agradável ser iluminado por ela! Mas não sou capaz de dizê-lo em palavras ou por escrito. Que Deus vos dê a compreensão na sua infinita misericórdia. Quero que isso se realize. Por esse motivo afirmei que estava desejosa de ver em ti a luz da fé.
Recados para conte. Conclusão
Maravilhei-me pelas cartas que escreveste a Barduccio (Canigiani). De modo algum aceito que tu abandones a confraria, (3) a menos que entres numa ordem religiosa. Também não quero que sejas escrupuloso. Quero que, profundamente humilde, te tornes súdito do menor membro da confraria. Nem por isso deixarás de dizer aos membros dela a verdade que o Senhor te mostrar.
Agora, comecemos a usar os remédios descritos acima, para que o demônio da tristeza e dos escrúpulo não assalte nossa alma. A última situação seria pior do que a primeira (Lc 11,26) e seria grande ofensa a Deus.
Permanece no santo e doce amor de Deus Jesus doce, Jesus amor.
(1) Conte era o nome de um senhor, amigo de Catarina, que residia na cidade de Florença e cuidava de um cárcere. Lendo a carta, percebemos que se tratava de um cristão exigente com os colaboradores e com tendência a escrúpulos na vida pessoal
(2) Trata-se do papa são Gregório Magno (590-604). Catarina acrescenta à expressão do santo a palavra “bem-aventurada”. Expressão aliás baseada em Santo Agostinho.
(3) Existiam naquele tempo muitas confrarias, às quais os leigos se filiavam. Frei João das Celas (1310-1396), abade em Florença durante certo tempo, fundara uma confraria para leigos
"Todo mal é ausência de amor"
- Santa Catarina de Sena