segunda-feira, 16 de junho de 2014


DONS DE CATARINA

Em muitas oportunidades, a Santa revelou o “dom da dupla visão”, ou seja, o “dom do discernimento dos espíritos”. Ela tinha uma profunda intuição em relação ao sobrenatural, vendo e antecipando com segurança, atitudes, pensamentos, modos e comportamentos das pessoas, as quais ela procurava direcionar para a justiça, a misericórdia e o amor a DEUS. Ela tinha uma grande amizade por frei Bartolomeo di Domenico, um notável teólogo que encontrou nela, a luz que iluminava a sua alma. Em certa ocasião, ela lhe escreveu: “... se vossa alma não despertar e não fixar o olhar na infinita bondade de DEUS e no Amor que ELE derrama em suas criaturas, nunca alcançará a generosidade e a perfeição espiritual”...

Ao Frei Lazzarino de Pisa, célebre pregador franciscano, um tanto orgulhoso de seus conhecimentos e desdenhoso em relação à Catarina, por causa da simplicidade e modéstia da jovem, com ares de superioridade, foi visitá-la em sua pequena cela. Dois dias depois, após uma noite de muitas lágrimas, ele se lançou aos pés dela, suplicando que guiasse a sua alma. Ela respondeu: “O caminho da salvação para a sua alma, consiste em desprezar a pompa mundana e as complacências do mundo. Renuncie o apego ao dinheiro, desfaça-se do supérfluo, e com humildade siga o CRISTO Crucificado e seu bem-aventurado Pai São Francisco de Assis”.

Catarina ganhou fama pela sua dedicação e amor aos pobres e doentes. Tinha o dom de reconduzir a DEUS as almas desviadas e sem rumo certo.
Andrea de Naddino de Bellanti, homem rico e muito importante, fazia parte do governo dos “Nove” (As Nove pessoas escolhidas que exerciam a administração de Sena e suas regiões). Todavia, não tinha nenhum temor a DEUS, era uma pessoa totalmente fria e indiferente as coisas do SENHOR. Vivia entregue ao jogo de dados e se tornara um repugnante blasfemador contra DEUS e os Santos. Acontece que foi acometido de uma terrível doença mortal. Logo sua esposa, seus amigos e seu pároco, correram para ajudá-lo, a fim de que confessasse buscando a salvação de sua alma e redigisse o seu testamento. Tudo em vão, Andrea obstinava em não querer nada com a religião. Aflitos, foram atrás de Catarina. A Santa se encontrava em êxtase. O tempo passava e a morte se aproximava. Finalmente conseguiram conversar com ela e explicar a situação de Andrea. Naquele mesmo momento Catarina diante do Altar, conversou com o SENHOR. Foi uma conversa longa, dolorida, onde o SENHOR revelava toda a sua tristeza pelos terríveis e abomináveis pecados do Andrea, que além de não aceitar DEUS e os Santos, de falar horríveis palavrões, de blasfemar ferozmente, chegou lançar ao fogo uma pintura de JESUS ao lado de NOSSA SENHORA; era frio, indiferente e impiedoso. Foi uma conversa longa e repleta de súplica, das cinco horas da tarde ao amanhecer do dia seguinte, em que piedosamente Catarina insistia e argumentava com o SENHOR, derramando muitas lágrimas, em benefício daquele infeliz que pelos seus pecados, já merecia se encontrar no interior do inferno. Disse a Santa: “Meu SENHOR bem-amado, se considerares com rigor as nossas iniquidades, quem escapará da morte eterna? O SENHOR, meu DEUS, teria saído do ventre da VIRGEM e teria suportado aquele atroz suplício e morte na Cruz para castigar os nossos pecados ou para Redimi-los? Porque JESUS, o SENHOR me fala dos erros deste infeliz homem, o SENHOR, meu DEUS, que carregou nos Vossos santíssimos ombros, os erros de toda humanidade”? 
E assim, discutindo amorosamente, sem a menor trégua, a advogada daquela causa perdida prosseguiu na sua defesa e conseguiu a misericordiosa absolvição Divina, para o seu protegido. Disse o SENHOR á Catarina: “Minha querida filha, ouvi o que ME pediste e então, vou converter aquele por quem rezaste com tanto fervor”. 

A Santa comunicou a notícia aos parentes, que ansiosos aguardavam a última notícia e retornaram imediatamente ao lar do enfermo. Neste mesmo instante, em seu leito agonizante, Andrea acordou impaciente e preocupado, assentou-se na cama. Com os olhos arregalados parecia ver e entender alguma coisa sobre o Mistério de DEUS. Com aflição e insistência chamou o Padre, pois queria confessar os seus pecados. Descreve sua esposa: “Mal chegou o Padre, ele confessou os seus pecados com plena lucidez de espírito e um sincero arrependimento. Em seguida, ditou minuciosamente o seu testamento. Com tranquilidade e resignação entregou o seu espírito, passou desta vida para a eternidade, acompanhado de seu Anjo da Guarda, que o deixou no Purgatório para se purificar e ser digno de estar na presença de DEUS”. 

Este fato aconteceu em 16 de Dezembro de 1370.

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